Os principais Títulos de Renda Fixa que não possuem FGC
No artigo passado falamos sobre poupança, CDB, LC, RDB e até sobre como funciona o FGC, Fundo Garantidor de Crédito. Hoje vamos nos aprofundar em títulos que não possuem o FGC e são menos comuns de se ter na carteira da maioria dos investidores de renda fixa.
Existem alguns outros ativos de renda fixa muito semelhantes a estes que acabamos de falar. Lembre-se que ter uma taxa pré-estabelecida, data de vencimento e o valor mínimo para aplicação serão características que contemplarão todos os títulos de renda fixa, por isso eles são bem parecidos
Já que falamos por último da possibilidade de não poder resgatar o dinheiro antes da data de vencimento, é desta categoria que iremos falar agora, dos ativos de renda fixa que não apresentam liquidez diária e sim apenas liquidez no vencimento.
CRA e CRI
Esses ativos também são um pouco diferentes, existe o CRA ou CRI, por exemplo, que é um Certificado de Recebível de Agronegócio e Certificado de Recebível Imobiliário, respectivamente.
Os dois são títulos parecidos, o que muda é a destinação do valor investido. Em um CRA, quando você investe o seu dinheiro neste ativo ele será direcionado ao setor do agronegócio da mesma forma que em um CRI, o dinheiro investido será direcionado para o setor imobiliário.
Esses dois tipos de ativos não apresentam FGC, o que para muitos pode ser ruim, mas em contrapartida, há a isenção de Imposto de Renda, então em muitos casos a sua rentabilidade pode acabar sendo maior que outros títulos.
Você precisa apenas ficar esperto e saber comparar títulos com e sem imposto de renda. Mas não se preocupe, vamos fazer um artigo exclusivo sobre isso para te ajudar a decidir! Então não deixe de acompanhar os nossos textos =D
Debentures
Um último ativo de renda fixa privada que eu trouxe para você é a Debênture, ela apresenta imposto de renda nas mesmas alíquotas que os outros títulos que em 22,5% e terminam em 15%.
As debêntures são ativos emitidos por empresas que não são financeiras, ou seja, uma empresa de varejo por exemplo, que pode emitir uma debênture para se financiar com o dinheiro dos investidores, o usando da maneira que achar melhor em seus negócios.
Esse tipo de ativo também não possui o FGC, então cabe a você checar a empresa para saber se aplicação é segura. Algumas debêntures possuem nota de rating por alguma instituição de rating.
Isso significa que elas passaram por um processo de auditoria e uma empresa externa atribuiu uma nota de risco para ela. Cada empresa classificadora possui uma nota de risco diferente, mas a maioria usa letras como a, b, c, e d, sendo as primeiras as melhores e as últimas as piores em relação ao grau de risco.
Debênture Conversível e Incentivada
De forma prática, existe também debêntures que são conversíveis, ou seja, depois de passar um tempo você poderia trocar o valor que receberia nas debêntures por ações da empresa caso ela tenha capital aberto.
Outro tipo de debênture é a incentivada, ela possui este nome justamente porque é incentivada pelo governo e não cobra Imposto de Renda. Esse tipo de debênture deve ser utilizado apenas no setor de infraestrutura.
Uma característica forte das debêntures é que elas não possuem liquidez diária. A liquidez costuma ser apenas no vencimento, e justamente pela ausência do FGC e de liquidez, é que a rentabilidade se torna muito expressiva, fazendo com que este título seja um dos favoritos de muitos investidores que buscam retornos mais atraentes dentro da categoria de renda fixa.
Tesouro Selic
Outra categoria de títulos dentro de renda fixa é justamente os títulos do Tesouro Nacional. O mais comum se chama Tesouro Selic é um ativo muito usado para reserva de emergência já que ele possui liquidez diária e é o menor risco do mercado já que é o risco do governo.
Como ele é extremamente seguro e possui liquidez diária, a rentabilidade já não é lá essas coisas se a Taxa Selic estiver baixa, isso porque este título componha o desenvolvimento da Taxa.
Conforme a Taxa Selic muda, a rentabilidade deste ativo também irá mudar. O que já não acontece com os títulos prefixados.
Tesouro Prefixado
Eles também utilizam a Taxa Selic para mensurar a sua rentabilidade, mas ela é fixada na data de aplicação da sua operação, independente das mudanças da Taxa Selic ao longo do tempo, você terá sempre a mesma taxa, a mesma rentabilidade.
Assim, você poderá saber exatamente qual será o valor que conseguirá obter no final da sua aplicação logo no dia que adquirir este título.
É importante destacar que este ativo já não costuma ser utilizado para a reserva de emergência. Já que ele não é destinado para este fim, ele possui marcação a mercado, que em poucas palavras significa dizer que o seu título pode ter um preço hoje e amanhã ter outro, tanto para mais quanto para menos e dependendo do dia que você for vender, poderá ter prejuízo.
Mas isso não acontece se você levar o seu ativo até o final na data de vencimento, porque assim não terá a marcação a mercado. O mesmo acontece com os títulos IPCA +, a diferença é que ao invés de usar a Taxa Selic como taxa de rentabilidade, ele usará o IPCA que é mensurado pelo IBGE para calcular a inflação.
Tesouro IPCA
Este tipo de ativo possui dois tipos de taxa, a pós-fixada que é o IPCA, ou seja, conforme muda a inflação, a sua rentabilidade irá mudar também. E a outra taxa que é fixa e que nunca irá mudar.
Essa taxa fixa é responsável pelo seu ganho real, falamos que é um ganho real sempre que tiramos a taxa de inflação da sua taxa total de rentabilidade, já que a inflação é a desvalorização do dinheiro ao longo do tempo.
Estes cálculos são usados para quem precisa mensurar o dinheiro que de fato ganhou sem contar a desvalorização ao longo do tempo. Os títulos prefixados e IPCA+ podem te pagar apenas na data do vencimento ou quando você deseja retirar o seu dinheiro antes da data do vencimento e está exposto a marcação a mercado.
Tesouro IPCA+ e Prefixado com Juros Semestrais
Para quem quer receber aos poucos, existe a subcategoria destes títulos com possibilidade de pagamento de juros semestrais. O que significa que você vai receber parte da sua rentabilidade a cada 6 meses.
Lembre-se que você será tributado em títulos públicos do mesmo jeito que é tributado em alguns títulos privados que já falamos aqui. É necessário saber que caso opte por receber semestralmente, o primeiro semestre terá a tributação de 22,5% no segundo semestre a tributação será de 20% já no terceiro a tributação será de 17,5% e quando passar dois anos será a menor alíquota de 15%.
Todas essas deduções são feitas em cima somente da rentabilidade e não do valor total investido.
Este foi mais um dos nossos artigos sobre os principais ativos de renda fixa, espero que tenha gostado =D
Um grande abraço da equipe que cuida de você,
Del Consultoria.