Quais garantias você tem ao investir em renda fixa?
No artigo de hoje nós vamos falar sobre quais são as seguranças que você tem ao investir em ativos de renda fixa.
A renda fixa funciona como se fosse um empréstimo. Existem duas partes, a credora que é quem vai fornecer esse empréstimo e a tomadora que é quem tomar esse empréstimo.
É extremamente comum que a parte que toma um empréstimo seja um banco uma financeira ou até mesmo o Tesouro Nacional e, quem vai ser o credor é simplesmente o investidor.
Isso significa que as pessoas comuns, como eu e você, acabam emprestando dinheiro aos grandes bancos e até mesmo para o governo.
Estas grandes entidades usam esse dinheiro da melhor maneira possível para aumentar os seus negócios ou fomentar a economia como é o caso do Tesouro Nacional que pode usar o dinheiro captado para financiar o déficit público ou até mesmo para realizar obras na saúde e na educação.
Separando em duas partes, temos os títulos privados e os títulos públicos.
Títulos Privados
Os títulos privados abrigam algumas garantias diferentes do que os títulos públicos, como por exemplo, o FGC. Algumas instituições financeiras como bancos e financeiras contribuem para o Fundo Garantidor de Crédito, que é um fundo onde essas instituições depositam certa quantia todos os meses.
Esse fundo serve justamente para quando algum desses outros bancos ou financeiras acaba em quebrando. E isso é extremamente importante, dado que uma possível quebra não vai acarretarem outras por existir proteções o suficiente como existem hoje.
Como não foi o caso em 2008, onde houve a crise do subprime e a quebradeira de bancos aconteceu como efeito dominó e as pessoas corriam para tirar o seu dinheiro dos demais bancos, o que agravou a instabilidade no setor bancário e aumentou o número de instituições falidas.
Então, hoje em dia, quando você investe em um ativo de um banco pode ser que tenha ou não a proteção do FGC. Saiba que não são todos os ativos que possuem essa proteção, os que possuem são a poupança, o CDB, o RDB e LC por exemplo.
A quebra oficial de um banco acontece quando o Banco Central entra e decreta a falência da instituição acionando posteriormente o FGC que faz o trabalho de identificação dos investidores e quais são os valores devidos a eles.
É importante destacar que os valores investidos somente serão corrigidos pela taxa acordada na aplicação até o dia que a falência. Os valores que são garantidos pelo FGC possuem o teto de R$ 250.000,00 por CPF ou instituição financeira, com o limite de um milhão de reais para quatro anos.
Isso significa que se o João tiver até R$ 250.000,00 em um CDB do Banco X, ele será garantido pelo FGC. Mas, se ultrapassar este valor, a quantia restante não será paga pelo FGC.
Assim, o João teria a perda de um pedaço de parte do seu patrimônio que ultrapassasse o teto. Para evitar essa situação, é necessário deixar um pedaço antes de completar o teto garantido.
Um exemplo prático é se João investir R$ 230.000,00, ao somarmos o valor ganho com a aplicação, ainda receberíamos o reembolso que atualmente leva cerca de dois meses para acontecer.
Sobre a regra de pagamento, se aplica para CPF e instituição financeira. Então significa que os 250 mil valem somente para o João e somente na quebra daquela instituição em si. Quando falamos que o teto é de um milhão para 4 anos significa que o João precisa ter o azar de passar por 4 falências com valores acima de 1 Milhão para perder o seu capital.
Lembrando claro, que cada instituição que falir terá o limite de 250.000 a ser pago.
Para os outros ativos privados como debêntures, a segurança vai ser diferente. É necessário olhar qual é a situação financeira da empresa por trás do ativo. Por exemplo, se for uma debênture de uma rodoviária é necessário ver as contas da rodoviária estão em dia e analisar se empresa possui capacidade para pagamento ou se está à beira da falência.
Títulos Públicos
Quando falamos em títulos públicos a situação é extremamente diferente. Como quem nos paga é justamente o próprio governo, você somente não receberia se o país quebrasse. Isso significa que o governo teria que estar tão ruim financeiramente que não haveria dinheiro para pagar as pessoas que lhe emprestaram dinheiro investindo em seus títulos.
Seria algo extremamente improvável, dado que, para esta finalidade pode ser liberada a emissão de moeda pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é o órgão máximo do sistema financeiro.
Os títulos públicos eram custodiados pela CETIP, que se juntou a nossa bolsa de valores e hoje em dia quem realiza a guarda dos ativos é justamente a B3 que auxiliou o Tesouro Nacional a criar o programa Tesouro Direto em 2002 com a finalidade de disseminar os investimentos para a população.
Cada ativo serve para uma estratégia diferente, o tesouro Selic, dentro dos títulos públicos, é o considerado ultra seguro. Isso porque ele além de não ter marcação a mercado, acompanha o desenvolvimento da taxa Selic.
A marcação a mercado é quando os ativos possuem um preço diferente a cada dia, pense em como seria ruim usar um ativo com marcação a mercado para montar a sua reserva de emergência.
Pode ser que justamente no dia que você precisar sacar, o título esteja valendo menos do que no dia que você o adquiriu. Justamente por isso o Tesouro Selic é o mais indicado.